quarta-feira, 29 de junho de 2011

Utopias que ficaram pelo caminho - PARTE 4: o comunismo

Como já citado no texto de inauguração do blog, consideramos o fracasso do regime soviético e a queda do Muro de Berlim como marco para o fim da última grande utopia humana até então.

O comunismo é um pressuposto filosófico que teve seu sentido teórico impulsionado por Karl Marx e Friedrich Engels, no século XIX. Entre os pressupostos comunistas, os mais notáveis são: a existência da igualdade real (e não apenas jurídica); a eliminação de toda e qualquer forma de propriedade privada dos meios de produção; fim do Estado; e, principalmente, a extinção da exploração do trabalho.

Para os autores citados, os operários fariam uma revolução que deporia a burguesia e seu Estado do poder, instaurando uma espécie de governo ditatorial coletivo provisório, para assim, fazer a transição para a sociedade comunista. Trocando em miúdos, tal como a burguesia tomara o poder dos nobres com uma Revolução, a “francesa”, os operários, como classe, faria o mesmo. Entretanto, mais uma vez, a utopia não se realizou...

As tentativas soviética, chinesa e cubana (para citar somente as mais famosas), por razões que não cabem em uma postagem, estiveram longe de se efetivar. Em resumo, pode-se dizer que esses regimes de comunistas só tiveram o nome. Muitas vezes a miséria foi socializada e a exploração jamais foi extinta. Ela foi realizada pelo Estado. A historiografia mais recente já trata o regime soviético como uma espécie de “Capitalismo de Estado”.

Esses regimes também contribuíram para transformar o sonho de uma sociedade livre de desigualdades sociais, em pesadelos. A nobreza de espírito do comunismo foi transformada em repressivas ditaduras. E a o capitalismo soube muito bem se apropriar das inconsistências desses regimes para afastar qualquer tentativa de mudança do status-quo. Com isso, essa utopia naufragou sem ao menos chegar perto de ser realizada. E hoje, falar em comunismo chega a ser heresia... 

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